quinta-feira, 14 de junho de 2012

Minha família...minha vida!!!

Meus 30 anos!




E de repente chegam os 30 anos. Outro dia eu estava deitada me lembrando de quando eu era criança e ficava imaginando o que eu seria quando crescesse. Sempre gostei de cuidar, dar remédios, fazer curativo. Mas jamais imaginaria que seria enfermeira.  Acreditava realmente que seria médica ou veterinária.   
E os 30 chegam… Mudanças de cidade, escolha da profissão, um namoro longo, um casamento feliz, um filho perfeito, muitos amigos queridos, passeios, viagens. Em 30 anos eu aprendi a falar, andar! E também a beber, sorrir, fazer amor. Contar mentiras e viver verdades. Desaprendi a me apoiar nos joelhos ou no ombro dos outros. Descobri dançar, tocar, fotografar, olhar ao redor, falar pelos cotovelos…
Aprontei um bocado! Desde cedo, desde sempre. Na escola, no bairro, em Camapuã. Como foi bom morar em Camapuã. Tive uma infância maravilhosa, fiz amigos incríveis, inesquecíveis.  Vivi coisas que só uma cidade do interior proporciona.
Ahhh eu amei! O colega da escola, o menino do curso, o homem sei lá de onde. Curtia cada paixão como se fosse a última. Sempre fui intensa. Olhava para a lua e a cada ciclo era alguém diferente que eu pedia para mim! Eu sempre amei a lua. A lua e suas fases.
Minha Vó, Gertinha, sempre presente, meus pais em alguns momentos ausentes, eu sempre independente. Mas em todos os momentos, ao longo dos anos, tive muito colinho do papai, conversas e controvérsias com mamãe; reuniões com os amigos e natais em família. As coisas mudam! Que bom! Dá tempo para viver cada pedaço de cada fase. Boa ou não. E aí sim, mais uma vez você aprende a não só ficar em pé, mas a também dar passos sozinha.
Hoje tenho um filho maravilhoso, hoje me casei. De verdade e pra valer. Aprendi a dividir a vida, dividir tudo. Casar é isso. Mesmo.  Dividir alegrias, problemas, contas, conquistas. E esse é o segredo. Dividir e aceitar. Aceitar o outro, mas principalmente, aceitar você mesmo. Do jeito que você é. 
Ah, mas a culpa! Ah a culpa corta em picadinho os sentimentos. Mas aprendi. Quando ela chega eu espero ela ir embora e volto para onde eu estava.
Eu fui e vim. Disse e desdisse. Não fazia e fiz! Não queria e sonhei. Um círculo, um ciclo, vários… Já contei que fui babá? Hoje a menina de quem eu cuidava já é dentista!!! É o tempo passa … e também fiz bombom, bijouterias! Fui professora de curso técnico de enfermagem, depois da graduação, especialização..... também monitora de alunos.  Ajudante de loja, secretária de escritório. Ah! Já fiz de tudo! Até digitar trabalhos científicos quilométricos para cursos na faculdade sem entender nada em troca de uma graninha! E eu adoro lembrar disso tudo!
Também adoro me lembrar das minhas paixões! Platônicas, reais, qualquer uma! Era muito engraçado, até quando doía. E claro amores que não deram certo.  Todos nós tivemos amores que não deram certo. Pelo menos, não como agente achava que era certo. Mas falando sério, Meu Deus como é bom isso de se apaixonar! Mas me refiro a se apaixonar não só por alguém, mas por algo, pelo trabalho, pela vida. 
E daí? Tudo isso faz parte dos meus 30 anos também! Amor bom e ruim, paixões correspondidas outras não, sexo muito bom, ou nem tanto! ê 30 anos!
Meus 30 anos me trouxeram liberdade e independência financeira. Aos 30 (e muito antes) não tem mais papai e mamãe para pagar aluguel, luz, celular, carro, cartão, comida, bebida…. ui! Trouxeram-me também o que tenho de mais importante hoje: a minha família. Sim, me refiro ao Leandro e ao Pedro. Seria possível desejar coisa melhor, do que estes dois em minha vida?? Tenho certeza que não. Sou abençoada. Tenho certeza disso.
Ah! mas os 30 anos!!! Não sei ainda me livrar de algumas culpas, não isso ainda não. Não sei ainda lidar com a raiva e a frustração. Ainda tenho mau humor nas manhãs, nas TPMs, ainda não gosto de acordar cedo, ainda olho o céu antes de dormir. Aprendi a ter mais paciência. Algumas vezes sou grossa e, algumas vezes, bipolar. Ainda me recolho, ainda me isolo quando não estou bem, mas continuo bem falante quando conheço novas pessoas. Eu ainda sorrio feito criança, eu ainda me apaixono como adolescente pelo meu filho todos os dias, eu ainda fico feliz com pequenas surpresas, eu ainda faço birra e me irrito, eu ainda sou preguiçosa, eu ainda fico triste um dia inteiro por nada, eu ainda ouço música e faço um filme na cabeça… Eu não acredito mais tanto nas pessoas, eu não espero mais tanto das pessoas, eu não sou mais tão ciumenta e possessiva, eu penso, às vezes, antes de falar… alguma coisa tinha que mudar! Eu espero mais do que me desespero. Eu não acho mais que o mundo gire a meu redor, que pena! Eu não preciso mais uma pessoa para me sentir inteira, mas eu tenho esta pessoa. Eu aprendi a guardar dinheiro! Eu entendo que as coisas não saiam como planejei e não dou mais chilique! Muitas vezes até gosto das surpresas! Eu ainda não sei dividir tudo, mas aprendi um pouco. Eu ainda odeio lavar a louça. Mas continuo gostando de cozinhar. Eu ainda reclamo dos outros o que não reclamo de mim mesma. Eu ainda tenho esperança de ficar melhor para mim mesma… 30 anos!Aos 5 anos fui alfabetizada, aos 10 tinha notas boas, aos 12 me apaixonei pela primeira vez, aos 15 anos fui morar sozinha em Campo Grande… Ah, 30 anos!
Aos 16, descobri o amor!
Aos 18 anos entrei na faculdade....

Aos 20 dividi apartamento com amigas, que pareciam minhas irmãs...
Aos 22 saí da faculdade sem saber se teria grana para me bancar....

Aos 23 anos fiz a melhor viagem da minha vida até hoje com amigas...
Aos 24 virei concursada pública.
Aos 25 tive a melhor experiência: ser mãe!!
Aos 28 tive certeza do amor, o recomeço.

Em resumo, nada demais!
Mas TUDO MEU, TUDO MINHA! Minha vida,
minha história, meus passos, meus sonhos, minhas conquistas e minhas derrotas. Não escalei montanhas, não pulei de asa-delta, não viajei com mochila nas costas, não esquiei, não escrevi um livro, não mergulhei com tubarões. Fiz o que era para ser feito dentro da minha vida e das minhas vontades e possibilidades. Nada que ainda não possa ser feito, nada do que eu me arrependa. Ok… talvez uma coisa ou outra eu fizesse diferente, mas TUDO que fiz, FIZ porque era só o que eu podia fazer naquele momento. Isso eu também aprendi no ALTO dos meus 30 aninhos